sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Na crise, Comunicação se tornar ainda mais indispensável para as empresas

A Comunicação é fator decisivo para a competitividade de uma empresa. De fato, um estudo do Project Management Institute Brasil (PMI) aponta que, para 76% de 300 grandes companhias entrevistadas, o principal motivo para o fracasso de projetos de áreas diversas são falhas na comunicação. Já a consultoria global Gartner indica que 50% dos projetos acabam sendo executados acima do orçamento inicial devido a problemas comunicacionais envolvendo troca de informação, ausência de conteúdos claros e realmente informativos, materiais com visão pouco detalhada dos processos, má circulação dos dados, relatórios imperfeitos, falhas em ferramentas de controle de cronograma.
Para melhorar a comunicação corporativa é preciso, primeiro, reestruturar seu papel na estratégia de negócio. Hoje, em muitos casos, tal área fica erroneamente em segundo plano, atrelada a ações e setores pontuais. O correto é vincular a comunicação diretamente ao planejamento estratégico de formação da imagem empresarial, ganho de valor da marca no mercado e geração de produtividade, competitividade e receita – ou seja, aos resultados de negócio.
A chamada “Era da Informação” evidencia que o mercado é sedento de informação: previsões da Cisco apontam que o total de dados na Internet crescerá quatro vezes ainda em 2016, superando a marca do zettabyte (medida que equivale a um sextilhão de bytes), enquanto o Gartner indica que o volume de dados vai crescer 800% nos próximos cinco anos, a Forrester Research mostra que a massa de informações nas empresas cresce, em média, 61% ao ano e a Pitney Bowes projeta que haverá mais de 50 bilhões de dispositivos conectados à Internet até 2020.
Em meio a isso, entra em cena a “Era do Consumidor”, conceito consolidado sobre a experiência de compra cada vez mais ditada pelo cliente, que ganhou poder de comparação e avaliação de marca, muito em função das Redes Sociais, e que transformou o ambiente de negócios em plataforma multimeios, exigindo das marcas presença omnichannel – no ambiente físico e online. Prova disso é o levantamento Connected Life, realizado junto a mais de 60 mil consumidores em 50 países, que indica que 88% (quase 9 a cada 10) dos entrevistados no Brasil realizam pesquisas na Internet antes de comprar em loja física e 68% decidem na web as aquisições que efetivamente farão offline.
Participar deste cenário com conteúdo de qualidade, tornando-se referencial informativo em meio ao mar de dados e construindo imagem que atraia pela credibilidade, respaldo e excelência é imprescindível para as organizações que visam a manter-se competitivas. Para tanto, é preciso comunicar – o mercado consumidor não aceita mais organizações que não falam com ele, que não interagem com seu campo de visão e audição, que não criam canais para receber e responder às demandas da sociedade e de cada cliente. Saber se expressar é, sim, obrigatoriedade corporativa.
A comunicação bem feita está diretamente relacionada à geração de resultados de negócio. Para que isto aconteça, precisa abranger todas as áreas da organização de forma a lapidar processo saudável internamente, que culminará em engajamento e motivação, resultando no fortalecimento de uma imagem sólida para o mercado.
A clareza e o sucesso da mensagem passada ao mercado depende, impreterivelmente, da participação de todos os entes da empresa no processo de comunicação. Desta forma, a comunicação interna é tão importante quanto a comunicação externa, e canais de endomarketing, comunicação entre departamentos e profissionais precisam ser conduzidos por especialistas, principalmente para que se alinhem à estratégia de geração de produtividade e lucro, e para que estejam integrados ao plano de comunicação geral, somando forças com ações de assessoria de imprensa e gestão de mídias sociais, por exemplo.
Quanto melhor a comunicação interna da empresa, maior a motivação, o engajamento e, consequentemente, a produtividade. Objetivos cuja conquista tem real impacto, visto o poder destrutivo do contrário: pesquisa da Aon Hewitt feita junto a 400 mil profissionais de 258 organizações globais mostra que um colaborador desengajado pode custar US$ 10 mil no lucro anual, em média.
Quanto melhor a comunicação externa da empresa, maior o valor agregado a seus produtos, serviços e profissionais. Quanto maior o ganho de imagem, maior a fixação na mente do consumidor. Quanto mais interação com o mercado, mais vantagem competitiva.
A comunicação promove a coesão interna, melhorando processos e resultados de negócio, e aumenta a visibilidade pública, ampliando o conhecimento da marca e gerando necessidades por suas ofertas. 
Vivemos uma mentalidade do “querer saber”. O consumidor quer saber tudo sobre as marcas de sua preferência, a concorrência quer saber o que está sendo feito para verificar pontos de melhoria, empresas e governos querem saber o que a sociedade pensa, a sociedade quer saber como tais entes podem contribuir para sua estruturação e vivência.
A troca de experiências com todos os envolvidos na geração de negócios – colaboradores, gestores, fornecedores, parceiros, clientes e comunidade - é saudável e recomendável. E se dá por meio de estratégias e instrumentos de comunicação.

Qualidade, autenticidade, engajamento social, credibilidade, competitividade: estes são alguns dos ganhos principais trazidos pela boa comunicação empresarial. É neste trabalho que reside a geração de imagem com controle de riscos, a garantia de visibilidade sem vulnerabilidade.


domingo, 14 de agosto de 2016

Chineses querem retomar projeto do trem-bala entre SP e RJ



Empresas chinesas estão interessados em retomar o projeto do trem-bala entre os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, obra que já foi a menina dos olhos dos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente afastada Dilma Rousseff, mas que nunca se viabilizou diante de dúvidas de investidores, disseram à Reuters três fontes a par das discussões.
O embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang, disse ao presidente interino Michel Temer na quarta-feira que empresas chinesas estão interessadas no projeto, cujas estimativas de investimentos variavam entre cerca de 35 bilhões de reais, por parte do governo, e 50 bilhões de reais, na visão do mercado.
Temer foi convidado para um passeio de trem de alta velocidade na China, de Xangai para Hangzhou, durante a reunião em setembro de líderes do G20, em que ele vai discutir o projeto com o presidente chinês Xi Jinping, em reunião bilateral.
"Os chineses querem muito vender esse projeto ao Michel (Temer)", disse uma fonte palaciana que pediu anonimato porque não estava autorizado a falar publicamente. "O Brasil não comprou ainda, mas a ideia é vista com simpatia", completou.
Um porta-voz da embaixada chinesa em Brasília disse que não tinha conhecimento do conteúdo das discussões entre Temer e embaixador Li Jinzhang. Emails para Li não foram respondidos até a publicação desta reportagem.
Fontes do governo Temer dizem que, dada a situação fiscal do país, uma condição para o projeto do trem-bala ser retomado é as empresas interessadas bancarem sozinhas os custos, sem participação de recursos públicos.
Técnicos do governo defenderam várias vezes alternativas para ajudar a pagar a conta do projeto. Além das tarifas dos passageiros, poderia haver exploração imobiliária nos arredores das estações de embarque e desembarque.
A tese é de que condomínios de alto padrão poderiam ser construídos ao longo do trajeto do trem-bala, pois o serviço de alta velocidade viabilizaria o deslocamento diário de seus moradores para o trabalho nos grandes centros urbanos.
Entre as empresas chinesas que estariam interessadas em retomar o projeto está a China Railway Construction, segundo uma fonte do governo. A empresa não pôde ser imediatamente contactada para comentar.
Empresas chinesas acreditam que o projeto seja economicamente viável, mas querem que o governo brasileiro proponha um novo modelo de concessão, disse uma autoridade chinesa familiar às discussões, sob a condição de anonimato.
Polêmico, um leilão de uma das versões do projeto chegou a ser cancelado em 2011 por falta de interessados. Outros anúncios de licitação da obra foram adiados e muitas mudanças na modelagem foram feitas para tentar tornar o empreendimento mais atrativo a investidores.
A maior parte dos investidores, nacionais e estrangeiros, manifestaram reservas quanto ao projeto no passado, citando incertezas em relação à obra civil - as diferentes opções de traçado poderiam gerar custos muito diferentes, por exemplo.
Para tentar dirimir dúvidas após o leilão sem interessados, o governo alterou a modelagem e propôs dividir o projeto em duas partes, uma envolvendo a tecnologia e concessão da operação do serviço e outra com o contrato para construção da ferrovia.
A ideia era que o vencedor da primeira fase fizesse um projeto detalhado a ser seguido pelo vencedor da segunda etapa, reduzindo seus riscos. A ideia também não vingou.

Em mais de um momento, os investidores criticaram não somente os riscos inerentes ao projeto, mas também as taxa de retorno propostas pelo Executivo. (jornal DCI)

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Campinas é a 5ª cidade mais empreendedora do Brasil



Elaborado pelo segundo ano consecutivo pela Endevor, o Índice de Cidades Empreendedoras (ICE) do Brasil pesquisou 32 cidades do País no relatório de 2015. São Paulo foi a primeira colocada, com nota 8,45 – de um total de dez possíveis. Florianópolis (SC), líder no primeiro levantamento, caiu para a segunda posição, com 8,36, seguida por Vitória (ES), com 7,70. Campinas - que entrou no ranking somente no ano passado -, aparece na quinta posição, com 6,83. A novidade do ICE foi a ampliação do número de cidades pesquisadas, passando de 14 para 32.

Para montar o ICE 2015, os pesquisadores da Endevor levaram em conta dados relativos a sete grupo, com um total de 15 itens: Ambiente Regulatório (tempo de processo, custo regulatório e complexididade tributária), Infraestrutura (transporte Interurbano e condições urbanas), Mercado (desenvolvimento econômico e clientes potenciais), Acesso a capital (capital disponível via dívida e acesso a capital de risco), Inovação (inputs e outputs), Capital Humano (mão de obra básica e mão de obra qualificada), Cultura Empreendedora (potencial empreendedor e imagem do empreendedorismo

O Índice de Cidades Empreendedoras tem como objetivo analisar o ecossistema empreendedor das principais cidades brasileiras, para apontar aquelas que possuem condições mais propícias para o desenvolvimento de empresas e mostrar como ainda podem evoluir.

De acordo com a entidade, outra novidade ICE 2015 é a avaliação do ambiente empreendedor em algumas cidades médias do Sudeste e Sul, como Campinas, São José dos Campos e Joinville. As três aparecem entre as 10 melhores, à frente de grandes capitais como Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Elas apresentaram resultados consistentes em infraestrutura e inovação, especialmente por terem boas universidades, com mais qualidade de vida e custos em geral mais baixos que os de grandes capitais. Empreendedorismo de alto impacto não é possível somente nas maiores cidades do país.


“A melhor cidade para empreender é São Paulo, quase empatada com Florianópolis. Ambas são muito boas, mas se destacam por aspectos diferentes”, diz Pablo Ribeiro, diretor de pesquisa da Endevor.