Com a experiência de mais 100 captações de investimentos para o
Estado de São Paulo a Investe SP, agência de fomento do governo do Estado, pretende
atrair grandes grupos mundiais da área da saúde, com comprovada eficiência
produtiva, tanto na gestão como em toda a cadeia, incluindo novas tecnologias,
pesquisas, inovação e saúde suplementar. Dentro desse novo plano, a Região de
Campinas larga na frente. Dos três grandes investimentos já anunciados, dois
serão implantados em Campinas (Toshiba Medical, com R$ 60 milhões) e Valinhos
(Bionovis, R$ 500 milhões), totalizando R$ 560 milhões. O terceiro projeto, da
Orygen, será implementado em São Carlos.
A segmento de saúde é um dos novos projetos setoriais da Investe
São Paulo, a partir da entrada em vigor da lei que viabilizou a abertura, ao
capital estrangeiro, da oferta de serviços à saúde, que vão desde a construção
e gestão de hospitais à fabricação de equipamentos, entre outras atividades.
O presidente da
Investe SP, o empresário campineiro Juan Quirós, lembra que foi aberta uma
janela de oportunidade que pode tornar o Estado um centro de referência
nacional e internacional de inovação de investimento na saúde. “É certo que
conseguiremos captar grandes investidores para agregar experiências de sucesso
ao setor de saúde paulista e brasileiro. Toda a cadeia será beneficiada,
inclusive o setor de formação profissional e técnica”, explicou.
Para Juan, o
aumento da oferta resultará em melhor qualidade e menor custo, tanto no setor
privado quanto público, que poderá firmar PPPs (Parcerias Público-Privadas). “A
população vai sentir, na ponta, o resultado deste investimento, que trará
inovação na gestão hospitalar”, ressaltou.
Chamada de Projeto Saúde, a ação da
Investe SP viabilizará investimentos na cadeia produtiva do setor privado, como
o de máquinas e equipamentos médicos e hospitalares, insumos e fármacos,
criando um novo ambiente de negócios.
Uma das principais expectativas é a contribuição que empresas de
porte mundial poderão dar na gestão dos 46 hospitais filantrópicos do Estado de
São Paulo. A mesma experiência poderá ser aplicada junto aos 568
estabelecimentos (133 deles públicos) de ensino voltados para a saúde.
A chegada de novas
empresas, técnicas de gestão, produtos e equipamentos poderá dobrar rapidamente
os recursos que financiam a saúde no Brasil. Hoje, 56% da atividade já é
financiada pelo setor privado. O gasto do setor como um todo é de R$ 289
bilhões/ano, equivalente a 8% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo o IBGE.
Os investidores
estrangeiros, segundo Quiróz, terão interesse em São Paulo e no mercado
brasileiro, que ainda tem muito a crescer. Os números do universo da saúde no
Brasil mostram, por exemplo, que 38,3% dos fabricantes de equipamentos médicos
e hospitalares estão no Estado de São Paulo, 13,1% em Minas Gerais e 7,1% no
Rio Grande do Sul. São ao todo 3.670 empresas. No segmento da indústria
farmacêutica do País, São Paulo abriga 72% dos fabricantes.